Crítica e resumo do filme Santuário (2023)

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Parece um pivô espontâneo, alimentado por uma genuína luta pelo poder. Então o diretor Zachary Wigon corta para um roteiro na mesa da sala de jantar da suíte, e descobrimos que “sair do roteiro” estava de fato escrito no roteiro de Hal para a cena. Esta cena é a chave para desvendar todo o filme: se o que acabamos de ver foi fabricado, quanto do que se segue é realmente “real”?

O elenco de “Sanctuary” está no local. Abbott, que, curiosamente, estrelou outra comédia sadomasoquista ambientada em um quarto de hotel em 2018 chamada “Piercing”, faz uma cara patética de cachorrinho como nenhum outro ator trabalhando hoje. E Qualley, concentrando a energia tumultuada de sua personagem em “Era uma vez… em Hollywood”, emite uma vibração fria, mas ferida que faz você acreditar que ela pode realmente fazer todas as coisas desequilibradas que ela diz que fará se Hal rompe seu “arranjo” como prometido.

Hal diz que precisa parar de ver Rebecca porque está prestes a ascender ao cargo de CEO na gigantesca empresa hoteleira de sua família (isso mesmo, ele é um bebê nepo) e não pode arriscar ter suas atividades extracurriculares desviantes expostas quando estiver na cadeira grande uma vez ocupada por seu falecido pai, parecido com Trump. A questão é que o submisso Hal é totalmente inadequado para o cruel mundo dos negócios. Qualquer espinha dorsal que ele tenha é o resultado de seu relacionamento com Rebecca, que inclui cuidado e afeto genuínos, bem como atos sexuais pervertidos e sem contato. Rebecca sabe disso e decide pegar o que é dela.

As verdadeiras motivações dos personagens não são reveladas até os momentos finais de “Sanctuary”, e o filme não se encaixa totalmente no lugar até que isso aconteça. No fundo, esta é uma rom-com maluca à moda antiga construída sobre brincadeiras, não um thriller com tema BDSM ousado. O caos controlado que leva a essa revelação às vezes parece estar andando em círculos, e a gratificação atrasada de descobrir o que está acontecendo realmente acontecendo aqui pode ser frustrante. “Santuário” é uma provocação.

Este é um filme alimentado por escrita e performance. O roteiro do escritor Micah Bloomberg incorpora engenhosamente os temas do filme em sua estrutura, e Qualley e Abbott – mas especialmente Qualley – divertidamente mantém o público na dúvida. (O aparente talento de Rebecca como atriz é outro fator complicador no senso de realidade do filme ou na falta dele.) Mesmo assim, há momentos em que todos parecem estar preenchendo o tempo com desorientação até que o truque seja revelado.

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