Mas Paige encontra humor em quase tudo e usou essa habilidade para “superar”, como outros personagens a lembram regularmente. Ela é uma terapeuta de sucesso que reconhece seus pontos fracos, mesmo ou principalmente quando não consegue consertá-los. Ela compra e faz sua própria bela casa. E ela ama seu círculo ferozmente – como talvez apenas uma pessoa que foi continuamente abandonada possa amar.
“UnPrisoned” centra-se na Paige adulta, mas, sendo um programa enraizado na terapia, também aparece o seu eu de infância (Jordyn McIntosh). Enquanto as duas Paiges conversam, ficamos sabendo que seu pai, Edwin (Lindo), entrava e saía da prisão, e sua mãe era trabalhadora do sexo e alcoólatra que a abandonou logo após o nascimento. Paige passou sua infância pulando entre lares adotivos e a namorada principal de seu pai (Brenda Strong), com quem Paige continua decididamente zangada por não ter dado cuidados adequados à idade.

Entra Lindo como o pai rebelde e charmoso Edwin. Sua presença pode parecer prestes a explodir a vida de Paige – tornando-se uma influência negativa sobre seu filho e fazendo com que todos os seus antigos problemas de confiança venham à tona, mas isso não acontece. Em vez disso, Edwin ajuda Finn a sair de sua concha social. E os problemas de confiança de Paige parecem estar sempre presentes para ela, esteja Edwin por perto ou não.
O homem não é um criminoso endurecido. Ele quer endireitar sua vida, mas em todos os sentidos, o sistema torna isso quase impossível para ele. O emprego que ele consegue como chef é revogado antes mesmo de começar, graças ao seu status de ex-presidiário. O próximo que ele recebe, específico para ex-presidiários, é explorador e desumanizador. Ele não consegue tirar a carteira de motorista porque não tem a certidão de nascimento. E ele não consegue uma cópia de sua certidão de nascimento porque não tem carteira de motorista.
Mas Edwin é charmoso, conquistando rapidamente seu neto Finn e seus eventuais clientes da sorveteria. E ele é sábio, jogando bombas da verdade em Paige com uma frequência um tanto alarmante. Essa dinâmica dá a ambos os atores principais experientes a chance de alongar seus músculos de atuação. Washington alterna entre brincalhão e ferido, seus olhos uma tela em constante mudança, enquanto Lindo se destaca como um homem encantador, cheio de arrogância, vulnerabilidade e sabedoria. A combinação é inebriante, mesmo que o roteiro às vezes se incline para momentos excessivamente superficiais de revelação.